Era verde, era verso, era céu e mata
e arco-íris fátuo
Saindo da serra
E gado
e plantas
Eram avós, tias,
Primos, lagos,
Auroras, rezas
Flores, festas
Música, imagens santas
Não havia um só dia
Sem descobertas
Ausência de mágoas
Sem desolações
Até surgir a idade
Da dor
Tudo chama —
e fico.
Raiz na pedra,
tranco o arco e desabo
Nem verbo, nem verso, nem ruído
conseguem narrar minha mágoa
Era grande e é ainda
Sem saída, quase uma faca
fincada
e arco-íris fátuo
céu e terra
o arco ata, e, ainda bem,
desata.
gracia cantanhede