Todos os posts do mês junho \15\+00:00 2013
Postado por GRACIA CANTANHEDE em 15 de junho de 2013
https://literaturagraciacantanhede.wordpress.com/2013/06/15/1964/
Nós
Todos,
todos,
queremos um amor
que venha de sorriso largo
que chegue de muito bom grado
e se enrole no nosso cobertor.
Um amor pela urgência da paixão
Amor que nos leve ao céu
logo, logo, sem mais demora
e que feche o coração
para as pessoas,outras.
Com tranca
e lotação esgotada.
Postado por GRACIA CANTANHEDE em 14 de junho de 2013
https://literaturagraciacantanhede.wordpress.com/2013/06/14/1957/
Atravessei a vida mudando
de endereços
Não somente os de ruas , bairros,
becos
Mas toda sorte de mudanças,
corte a seco
Visuais, climáticos, suados riscos,
arabescos
Cabelos pintados de rosa, amarelo,
até pretos.
Roupas de linho, seda, algodão
e flanelas
Colégios, empregos, amigos,
vizinhos
Um mundo de gente,
tantos colarinhos
que amei demais e até me deixaram
sequelas.
Poderia ter tornado minha vida
devastada
Mas, ao contrário, plantei flores
coloridas
com sementes que brotam fé
pela estrada
e penso que vivi não uma,
mas várias vidas
carregando minhas loucuras,
minha história,
digitais da minha infância
ou rasuras,
guardados em caixas de cetim,
cartões postais.
Postado por GRACIA CANTANHEDE em 10 de junho de 2013
https://literaturagraciacantanhede.wordpress.com/2013/06/10/1894/
Os pensamentos latejam
e me entorpecem
Como se o caminho fosse coberto
de névoa
Por intuição sigo às cegas,
descalça e sozinha
Na atmosfera densa,
sem mapa,
sem régua.
Sempre atravessei ventos fortes,
redemoinhos,
enfrentei desertos,
mares,
ondas,
enchentes
Até encontrar rasante,
maré mansa,
pianinha.
Nasci assim,
voando,
feita pro canto,
andorinha.
Postado por GRACIA CANTANHEDE em 10 de junho de 2013
https://literaturagraciacantanhede.wordpress.com/2013/06/10/1892/
Este meu coração, sem dúvidas, é um grande pote lotado até as tampas de descobertas antigas, mapa de tesouros piratas, galeão espanhol naufragado na Serra da Divisa,
sob o comando do Monsenhor Teófilo Saez.
Tesouro que eu renovo a cada dia, sem nunca esgotar o manancial.
Foi lá, ao pé da serra que ele plantou uma igreja cujas paredes externas brilham como pedras preciosas, à luz do sol ou ao clarão do luar.
Bem-aventurados os filhos de Campos Gerais, nobres herdeiros do Monsenhor.
Daquele solo o milagre do pão se multiplica e e a vida e o tempo correm nas veias, riachos de cobres repletos de mel.
Os sinos repicam e a gente do lugar renasce a cada florada do café, a cada junta de boi que corta a manhã sonolenta de tuas estradas, num canto ou assovio do homem trabalhador das Gerais.
Somos, com orgulho, nascidos nesta terra de heróis desbravadores do bem, alicerçados na esperança cativa das alfândegas do éden.
Postado por GRACIA CANTANHEDE em 2 de junho de 2013
https://literaturagraciacantanhede.wordpress.com/2013/06/02/1876/
A saia, em transparência, flutua.
Tão passarinha que ouço o som de suas ondulações.
O voo solo em agulhas finíssimas, nas alturas, deixa a rua
silenciosa.
Somente o toc toc . O salto batendo nas pedras.
Toc-toc-toc.
A musa de todos os anseios dadaístas, num passe, se faz lampejo de canhões a laser.
Olhares gulosos por todas as janelas,
por todas as esquinas,
andaimes,
venezianas,
varandas.
Suspiros.
Somente a textura da blusa resiste ao vento que espalha os cabelos e o perfume de flor de laranjeira.
Desestabilizando os instintos,
ela passou,
e se foi
Altiva.
Então os corações voltaram a bater
sincopados.
Postado por GRACIA CANTANHEDE em 2 de junho de 2013
https://literaturagraciacantanhede.wordpress.com/2013/06/02/1869/