ISOLADA, NÃO ILHADA

Sim. Tenho passado bem por esse período de quarentena. Leio, escrevo, cozinho e cuido das plantas. Gosto de isolamento. A paz que persigo passa por ficar quieta. Mas sei que é impossível viver em brancas nuvens. As redes sociais não deixam. Principalmente para quem se posiciona, não aceita a ignorância, as mentiras, as maldades e a desinformação.

Por mais que em nossa casa, em nossa família, em nosso território estejamos tranquilos, ao ler as postagens ... adeus paz! E preciso das redes sociais. Elas me estimulam a escrever.

Creio que a sociedade está tendo a oportunidade de pensar em mudanças. Individuais ou coletivas, mas é preciso que haja um reboliço para melhorar este planeta.

Penso nas pessoas que estão em situação de risco e não têm como se proteger. Nos moradores de rua, sujeitos à desgraça em qualquer tempo. Não basta estar engajada em algumas campanhas humanitárias. É dever de todos conscientizar os corações egoístas, ensinar que temos a obrigação de ajudar, não só agora. Ajudar é necessário, sempre. Questão de empatia.

Penso também nos cães e gatos, nos animais, em geral, que precisam tanto de nós. Para os bichinhos de estimação a situação é muito ruim. Muitos são maltratados, passam fome, frio, ficam na chuva, padecem de doenças e de abandono. Todo esforço é pouco porque algumas pessoas não entendem esse amor. Não ajudam. Muitos nem cuidam dos seus próprios animais. Infelizmente. Falta sensibilidade.

Precisamos lutar por justiça social e ecológica.

Mas o que esperar desse mal que nos mete tanto medo? Desse vírus tão avassalador? Alguma lição? Deus queira que tenhamos uma sociedade transformada e mais justa, daqui para frente… Já será um avanço. Alguma lição há de ficar.

Gracia Cantanhede

DESOLAÇÂO

Com tantas notícias ruins, com esse cenário de guerra, com essa angústia de esperas, só me resta o desânimo.
Confesso que ando muito cansada, sabe? Mas um cansaço diferente… um cansaço de não querer mais reclamar, de não querer pedir, de não fazer nada, de deixar as coisas acontecerem.
Não é sono, não é falta de tempo, não é dor física, muito menos depressão. Só vontade de me desligar por alguns segundos.
Vontade de dizer a todos: Vou ali e volto. Me avisem quando vocês acabarem de resolver as pendências do mundo.
Deve existir algum cantinho nesse Brasil em que eu possa repousar sem ouvir o barulho das ruas. Sem que eu tenha pesadelos ou me acorde sobressaltada.
O cenário é tão assustador, preciso de ar fresco, de uma rajada de vento que tudo acalme.
Ou falar como Irene, de Manuel Bandeira:_Licença, seu branco?
Sim. Sei que os caminhos estão limitados:_Licença, minha gente?
Na falta da alegria,vou repetir Clarice: Eu não sou tão triste assim. É que hoje eu estou cansada.

Gracia CantanhedeA imagem pode conter: 6 pessoas, incluindo Augusta Lobo, pessoas sorrindo

Aproveite o domingo para fazer
um balanço da semana
Mas, quer saber mesmo?
Não faça, não, que domingo é dia
de curar ressaca.
Aproveite o domingo prá levantar na hora
em que der na telha
Ou não levante, não! Namore mais um pouco
E faça tudo para não ter fome, que domingo
É dia dos sem horário, sem pressa,
sem agenda, sem nada,
Só prá ficar de papo pro ar.
E nem pense em ficar falando
ao telefone
Nem vire escravo da internet
Se quiser, faça de conta
que saiu do ar.
Aproveite o domingo
Que amanhã é segunda-feira

-Melhor pular a segunda-feira.
-Hein?
– leseira!

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