EMOÇÕES

Acontece, às vezes, quando saio à rua, de olhar a fisionomia das pessoas e pensar: onde elas guardam a dor que nos toma, a todos? Em que cofre são guardados os medos, receios e percalços de cada dia; e as inquietações? Os arrependimentos, os sonhos, os tormentos? Parecem todos tão decididos e apressados, conformados e realizados! Gostaria de sair perguntando, bem no ouvido do transeunte elegante: Qual foi a sua cota de desânimo, hoje? Qual foi o seu humor? Quem se habilita a me dizer do amor, então? Está tudo bem resolvido e certo, como a conta de somar do Roberto? Haverá sempre um cidadão acima de qualquer suspeita roubando o erário, passando por mim, todo fagueiro; e haverá um novo-rico esbanjando dinheiro, um otário com prejuízo na carteira, um mocinho com cara de bandido e um bandido com cara de menino. Mas todos passam como soldados da pátria, marchando com seus passos, tra-lá-lá . E observo, ainda, as nuvens de algodão doce mudando, sem cessar. Mudarão essas pessoas quando chegam ao lar? O semblante será o mesmo? A máscara cairá?

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