À MEMÓRIA DE MINHA MÃE

( 5/6/1926 a 11/10/2013)

Entramos no seu apartamento e havia uma luz de meio-dia,

e havia uma quietude boa,

uma jarra de flores vivas,

uma janela entreaberta,

uma doçura infinda.

Somente você ali, sentada, como se tivesse adormecido,

tão serena, assim, quase sorrindo.

Há um ano estamos tentando esquecer aquele dia.

Há um ano estamos tentando viver sem você.

Há um ano, mudam as folhas do calendário.

Há um ano estamos órfãs de sua presença,

há um ano cultivamos a sua lembrança,

há um ano, cronometrado, nós insistimos

em lhe contar coisas do presente e do passado.

Você que sempre foi a nossa fada.

E, muitas vezes, pensamos, de verdade:

nada,você não morreu nada.*

**Gracia Cantanhede

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