Minha madrinha usava roupas refinadas,
pulseiras de ouro e relógio de prata.
Quando chovia, era sua sombrinha de listras
que aparecia na nossa porta.
Eu olhava seu corpo esguio, sua bolsa de couro, seus sapatos finos…
E queria também desfilar pela rua, até dobrar a esquina.
Ainda sou ela, quando quero ser outra.
Gracia Cantanhede