A bruma da manhã, quase madrugada, quase dia, surge no Lago Paranoá como véu de noiva.Um véu tocando as nuvens baixas, ao longe. Aragem tímida, querendo ser inverno, corre do leito das águas para a ponte. Passageiro sou no cenário do amanhecer. O mundo parece ser só meu, no silêncio da paisagem. A garça elegante faz pouso na margem verde. Quando suas asas se abrirem para o primeiro voo já será dourado o dia, com lonjuras do vaga-lume e do canto dos urutaus e das seriemas que orquestraram a noite.
gracia cantanhede